sábado, 6 de março de 2010

A Ponte.

Eu tava aqui pensando em uma maneira de te mostrar algumas coisas.
Mas a troco de quê? Nada!
Pode ir, eu sei que eu fui uma válvula de escape frustrada pra você.
Os meus devaneios e o meu olfato seguiram afinados até que eu tivesse certeza de tudo que pensava sobre você. E eu não estava enganado. Eu te admirava.
Eu passei por uma ponte pra cruzar no teu caminho, e te falei o endereço. E hoje, você deu alguns passos para trás e desfila pela mesma estrada em que eu andei sozinho buscando te encontrar.
Ironia? Destino? Ou pura dissimulação?
“Eu te amo’s” falados repetidas vezes das maneiras mais singelas possíveis só para me seduzir? Será que o interesse primordial era descobrir o caminho da ponte por onde eu passei sozinho?
Cuidado, pelos caminhos que trilhei me machuquei com espinhos...
Tá vendo aquelas curvas? Lá adiante?
Elas são perigosas, eu tombei ali e machuquei o joelho. Não foi grave, poderia ter sido pior. Não quero que aconteça o mesmo com você.
Vai, pode ir em frente. Confia em mim!
Eu jamais desejaria o mal para quem não é nada para mim. Isso mesmo, você é um nada para mim.
Eu perdi tantas noites de sono, andei como um zumbi, deixei que me olhassem chorando, gemendo de dor, tudo isso por ti. E hoje, descobri que você é um nada para mim.
Um dia, você vai cair. Todo mundo cai.
E talvez, você caia na rua por onde caminha agora. Espera, não fica com medo, não muda a direção. Vai em frente. Quem sabe dê certo...
Eu vou ficar aqui fumando o meu cigarro e olhando você sumir no horizonte por que a estrada é comprida.
Não reclame da dor e nem dos espinhos. Eles machucam para abrir feridas que irão sangrar para marcar o caminho. Mas se você ferir outra parte do corpo que não sejam os seu pés, lembre-se das marcas que ficaram no chão e as siga. Certamente elas lhe trarão de volta para casa e eu estarei aqui tomando um copo de vinho.
Não irei bater palmas por sua derrota e tão pouco vibrarei com o abraço em seu destino.
Desculpe-me, eu não estou esperando o seu retorno. O fato de me encontrar aqui na sua volta não significa que eu ansiava por seu retorno.
Apenas cuidei do meu jardim ao invés de buscar as borboletas!

Estou ouvindo, pelo menos agora...

"Talvez assim mate a vontade que me trouxe até aqui; mas já que já estamos aqui, sente-se ao meu lado, não é um sacrifício tão grande, não para você, pelo menos. Venha, vamos sentar num meio-fio, não temos aonde ir agora. Acenda um cigarro, ofereça-me um trago, fale-me de sua vida. Como você está? Estou aqui para te escutar, como sempre estive, ou como sempre estive de corpo, mas juro que dessa vez meus pensamentos estão direcionados a ti, eu realmente estou escutando o que tens a me falar, se é que tens alguma coisa. Pode se abrir, me dizer todas aquelas coisas que você sabe que me machucam, não se preocupe com a minha reação, não se preocupe com os meus sentimentos, eu vou ficar em silêncio, só ouvindo, vou sorrir quando nossos olhares se encontrarem, e ainda vou dizer que vai ficar tudo bem, não tenha medo. Hoje coloquei minha máscara, só pra você!"