quarta-feira, 23 de maio de 2012

Opinião: cada um tem a sua.


É que agora todo mundo tem a mania de me julgar. Que eu não me importo, que eu não ligo, que eu sou egocêntrico e o mundo não gira ao meu redor. E eu fico aqui, rindo e aceitando opiniões. Na verdade, eu não sou egocêntrico, a vida só me ensinou a ser duro por que eu percebi que enquanto eu fosse mole, todo mundo me dobraria. E dobrar machuca, entorta. Fere não somente por fora, entorta por dentro. E eu cansei de ser torto. Reclamam de mim o tempo inteiro, na verdade eu me importo, só não me prendo. Eu até ligo, mas as duas únicas preocupações da minha vida agora são trabalho e estudo. Por que aos 22 anos, tudo depende de mim. Todos os amores que eu tive causaram um dor terrível quando os vi partindo. Depois de um tempo, as coisas se encaixam, a dor cessa e a cicatriz some. E aqueles amores perdidos pelos quais achei que morreria, apenas me devolveram a vida. Dizem que eu tenho que dar uma chance pro amor. Eu dou chance, apenas não vivo por ela. Que eu tenho que acreditar nas pessoas, eu acredito, mas se elas estão mentindo agora ou não, já não faz diferença.

Eu Pertenço a Mim


A única coisa que controla minha vida, meu tempo, são as pilhas do relógio que tendem a gastar. Nem os ponteiros do relógio me perguntam pra qual lado estou indo, apenas indicam que o tempo vai passando e hora por outra o dia acaba. No dia que eu quiser controle, pego o da TV, no dia que eu quiser me sentir preso, compro um cinto de segurança. E só pra ficar claro: se eu fosse propriedade particular de alguém, no mínimo eu cobraria aluguel.

Só se for Agora


De agora em diante vai ser assim: eu não vou mais permitir ficar pra depois, pra outro dia, pra mais tarde. Por que eu não sou anestésico, analgésico e antinflamatório que têm hora marcada pra aliviar desconfortos.

Uma Hora é Preciso Mudar


A vida foi passando, eu fui caindo e levantando. Uma mão limpando o ralado no joelho e outra secando lágrima. Enquanto uns julgam a minha mudança, quem sofreu o bastante, entende. Não critico, não explico. Eu não me importo mais com pouco e tô sempre satisfeito com meu tudo. Comigo agora é assim: Quer? Tenha; Não quer? Dê pra quem precisa. Por que quem precisa, certamente vai dar valor.

Amor do tipo Placebo


Pra mim quem descobre um amor a cada trimestre é por que inventou que amar tem efeito analgésico. Curar dores internas, apenas. E toda essa bagatela de amor cor de rosa pintada por aí é apenas um sentimento placebo de um autocuidado paliativo. Por que no fundo as pessoas têm medo de enfrentar sua própria solidão. E não há quem amadureça sem gozar do vazio de ser só. E então, camarada, é só depois de maduro que você percebe a diferença do “eu te amo – por que teu rosto é bonito, teu corpo é perfeito e teu perfume me excita” do “eu te amo – por que você me completa”.

Jogo da Vida


E pouco a pouco eu fui juntando as regras e aprendendo jogar o maldito jogo da vida. Percebi que enquanto eu pensava nos outros, ninguém pensava em mim. Agora sou prisioneiro das cicatrizes profundas que a maquiagem do dia-a-dia encobre, esconde. Por que eu não posso mais permitir que meus sonhos, minhas vontades fiquem pra mais tarde. Eu não preciso ter hora marcada por que meu desejo pede agora. Já fui exigente, já fui compreensivo, mas enquanto eu for bonzinho a vida só vai ferrar comigo. E se ninguém sabe me fazer feliz, eu não vou perder meu tempo dando aula.

Passou


Escuta aqui você. Eu dei o melhor de mim, se você acha que foi pouco, desculpa, mas você não tá valendo muito não. Eu sofri sim, mas eu já superei até quando você pergunta se eu tô bem sabendo que eu não estou. Abri mão de muitas coisas, cheguei a abdicar até de certos sonhos, e olha, se foi fácil abrir mão de coisas que eu lutei pra conquistar, imagina de você, que nem foi um desafio.

Nada de Metades


Eu nunca gostei de meio caminho, meio tempo, meia palavra, meia atitude, meia verdade, até por que eu sou o que sou e sempre fui inteiro. Se me quer, lute. Se me adora, fique. Se ama, demonstre. Caso contrário, eu nem faço questão. Como eu disse, se for pra ser pelo meio, pra mim nem vale à pena.

sábado, 28 de abril de 2012

A Caneta e o Papel


Uma combinação perfeita.
A tinta da caneta repousa sobre o papel contornando várias palavras, formam frases que juntas formam um texto e futuramente, dia pós dia, transforma-se em uma história.
Histórias são como tatuagens, deixam grandes marcas na vida da gente.
E dói, dói muito quando a gente tenta apagá-las.
Eu fui o papel. Cheguei limpo, em branco e me entreguei inteiro. Pus-me a disposição de um novo recomeço.
Você foi a caneta que chegou em mim e escreveu linhas perfeitas, maravilhosas. Linhas tão bem escritas, tão bem pontuadas, enfeitadas de vírgulas, dois pontos, reticências, que até hoje eu não entendo esse ponto final.
Quando uma caneta de tinta forte, invés de rabiscar uma reticência, põe um ponto final é como se rasurasse o resto do papel em branco. É como se no lugar deste maldito ponto, tivesse um desenho sem começo e sem fim que ocupasse todo o resto da folha limpa que poderia ser aproveitada mais adiante.
Como acontece com o “amor”.
Quando um amor vai embora, é porque de fato, esta não era uma história de amor, era simplesmente um parágrafo.
Amor de verdade escreve histórias, a paixão escreve parágrafos.
A caneta segue adiante intacta, ou pelo menos sem perceber que deixou um pouco da tinta numa folha qualquer pra trás. As folhas de papel são esmagadas, rabiscadas, rasuradas, rasgadas, destruídas, mas são recicláveis. Depois de todo esse processo que aos nossos olhos é grotesco, papéis retornam em formas variadas, em cores sortidas, mas voltam sempre papéis, por vezes até papelão. E canetas são descartáveis.
O papel volta novo e recebe outra missão. Uma nova caneta repousa sobre ele. Compõe uma música, escreve uma história e o papel tem um novo ciclo. Mas a caneta tem sempre a mesma função.
E não importa a cor, a textura, o cheiro, canetas são simplesmente canetas. A tinta sempre acaba e há a necessidade de que outra ocupe o seu lugar para que a verdadeira história possa ser escrita.

Estou ouvindo, pelo menos agora...

"Talvez assim mate a vontade que me trouxe até aqui; mas já que já estamos aqui, sente-se ao meu lado, não é um sacrifício tão grande, não para você, pelo menos. Venha, vamos sentar num meio-fio, não temos aonde ir agora. Acenda um cigarro, ofereça-me um trago, fale-me de sua vida. Como você está? Estou aqui para te escutar, como sempre estive, ou como sempre estive de corpo, mas juro que dessa vez meus pensamentos estão direcionados a ti, eu realmente estou escutando o que tens a me falar, se é que tens alguma coisa. Pode se abrir, me dizer todas aquelas coisas que você sabe que me machucam, não se preocupe com a minha reação, não se preocupe com os meus sentimentos, eu vou ficar em silêncio, só ouvindo, vou sorrir quando nossos olhares se encontrarem, e ainda vou dizer que vai ficar tudo bem, não tenha medo. Hoje coloquei minha máscara, só pra você!"