terça-feira, 1 de junho de 2010

Junho

Caminhei sozinho nesses últimos meses...
Ninguém segurou em minhas mãos.
Foi difícil, ainda é e nem sei quando deixará de ser.
Mas caminhei sozinho.
Enxerguei meu horizonte com os olhos cheios d’água.
Marquei o meu caminho com pegadas deixadas na areia e gotas que escorriam de meus olhos.
Já é junho.
O vento apagou as pegadas que deixei.
Mas as lágrimas ainda estão por onde andei.
A chuva cai forte sobre o meu telhado e o frio me carrega para os braços da solidão.
Ainda não te esqueci, ainda ouço aquela canção.
Canção aquela que você gostava, canção que a gente ouvia enquanto namorava...
Junho, e você ainda faz visita todos os dias em meu pensamento.
Delonga necessária para esquecer tantos momentos vividos em tão pouco tempo.
Ainda procuro respostas que jamais descobrirei sozinho...
Ainda faço suposições com base nas suas últimas atitudes, seus últimos gestos, seus últimos versos, seus últimos beijos.
Junho, e eu ainda penso em nós dois, em você, em mim, em você, em você.
Penso mais em ti que em mim mesmo e não sei até quando.
Enquanto faço tudo para esquecer-te, eis que lembro-me que estou pensado em ti.
Junho e a chuva e o frio, são amigos fiéis. São inseparáveis.
São como eu e você no início da Primavera passada!
Junho e eu ainda estou preso ao sentimento e os rascunhos que faço.
Perdido nas noites sem sono com papéis rabiscados.
Sinto o teu perfume e toco tuas fotos ao ouvir a canção, aquela canção.
Os dias são vazios.
Dias iguais aos outros tentando não chorar, não sofrer.
Procurando uma maneira silenciosa de não lembrar, pois sempre lembro que tenho que te esquecer quando já me lembrei de ti.

4 comentários:

Unknown disse...

Um texto perfeito, inspirado, no qual parecia que era a minha história de amor, me identifiquei em cada parágrafo... possível esquecer um amor verdadeiro. Lindo texto! Parabéns Fhael.
Abraços

Unknown disse...

Além do mais, dando continuidade do comentário, muito emocionante, vivo... sem palavras pra comentar, pois é como se os meus sentimentos, as lembranças ganhassem vida neste texto.

Luan do Carmo disse...

Muito bem escrito, lindo texto. Considero emocionante

Unknown disse...

Sempre que leio seus textos sinto um aperto no peito! Você sabe expressar nas palavras os sentimentos da alma! Sucesso pra vc amigo! Ass: Richard

Estou ouvindo, pelo menos agora...

"Talvez assim mate a vontade que me trouxe até aqui; mas já que já estamos aqui, sente-se ao meu lado, não é um sacrifício tão grande, não para você, pelo menos. Venha, vamos sentar num meio-fio, não temos aonde ir agora. Acenda um cigarro, ofereça-me um trago, fale-me de sua vida. Como você está? Estou aqui para te escutar, como sempre estive, ou como sempre estive de corpo, mas juro que dessa vez meus pensamentos estão direcionados a ti, eu realmente estou escutando o que tens a me falar, se é que tens alguma coisa. Pode se abrir, me dizer todas aquelas coisas que você sabe que me machucam, não se preocupe com a minha reação, não se preocupe com os meus sentimentos, eu vou ficar em silêncio, só ouvindo, vou sorrir quando nossos olhares se encontrarem, e ainda vou dizer que vai ficar tudo bem, não tenha medo. Hoje coloquei minha máscara, só pra você!"